O Turismo Militar como futuro do Concelho Associação de Turismo Militar Português - ATMPT

O Turismo Militar como futuro do Concelho

À conversa com o Presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares. Faça parte da História de Portugal!

Ladeada de serras, montes e rios, a origem de Vila Nova de Poiares remonta à pré-história, revelando a presença dos mais longínquos povos do megalítico, com resquícios românicos e régios. No passado, o território esteve sob o domínio da Universidade de Coimbra e dos Mosteiros do Lorvão, de Santa Cruz e de Santa Clara. Hoje “Vila Nova de Poiares um concelho com futuro”.

João Miguel Henriques, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares (Figura 1), esteve à conversa com a Associação de Turismo Militar Português (ATMPT) e destacou a relevância do Turismo Militar para atração de novos públicos, falou sobre a mais-valia para o território e a importância da criação de produto e estruturar a oferta.

A 1 de julho de 1955, a tragédia atingiu o Concelho de Vila Nova de Poiares, com a morte de oito pilotos da Força Aérea em plena Serra do Carvalho. Os doze aviões F-84 Thunderjet, comandados pelo capitão Rangel de Lima, dirigiam-se em formação para a Base Aérea da Ota para participar nas comemorações do 3º aniversário da Força Aérea Portuguesa, quando oito dos doze aviões se despenharam. Este ficou para sempre marcado como “(…) o mais trágico e lamentável acidente da história da aviação militar portuguesa, considerado um dos maiores do género a nível mundial, atendendo ao número de aviões envolvidos (…)” sublinha João Miguel Henriques. O Presidente refere, ainda, que todos os anos, o Município se une à Força Aérea Portuguesa e às populações locais, para juntos prestarem uma homenagem às vítimas, no topo da Serra do Carvalho (Figura 2). Neste local foi construído um cruzeiro em pedra (Figura 3) e erigida uma capela dedicada à Nossa Senhora do Ar, padroeira dos aviadores (Figura 4). No ano em que se assinalou os 50 anos do acidente, o Município inaugurou o Monumento “Voos dos Anjos” (Figura 5), constituído por oito colunas encimadas por “asas” representando cada um dos oito aviadores que faleceram no acidente.

O Município de Vila Nova de Poiares está envolvido num projeto de Turismo Militar, em conjunto com os restantes municípios da Comunidade Intermunicipal de Região de Coimbra (CIM-RC), que incide no levantamento e inventariação de toda a documentação relativa às invasões francesas, que atingiram fortemente a região centro de Portugal.

No que diz respeito à oferta turística do território, João Miguel Henriques destaca Vila Nova de Poiares “como um dos destinos de referência do distrito de Coimbra e da Região Centro (…)”, pois oferece “(…) um conjunto alargado de experiências (…)” aos seus visitantes, nas diversas vertentes associadas ao turismo. Na gastronomia, a chanfana é um dos pratos tradicionais de eleição. Nas atividades culturais, destaque para a “POIARTES”, iniciativa para potenciar e valorizar os recursos endógenos do território. No património natural, especial enfoque para a envolvência das serras, do Carvalho, do Bidoeiro e de S. Pedro Dias, os rios Mondego e Alva, o Louredo Natura Parque, o Complexo da Fraga e o Parque das Medas. No que diz respeito ao desporto e a aventura, é possível praticar BTT, desportos motorizados, escalada, rappel, slide, canoagem, karting e parapente. Quanto ao restante património envolvente, destaque para a Ponte de Mucela, os Paços do Concelho, os Fornos de Cal, a Igreja Matriz de Poiares Santo André, a Igreja de São Miguel de Poiares, a Igreja de Santa Maria, a Igreja de São José das Lavegadas e a Capela de Nossa Senhora das Necessidades.

Quando questionado sobre a importância do Turismo Militar na atração de novos públicos e no desenvolvimento do Turismo da região, João Miguel Henriques acredita que o Turismo Militar pode ser o ponto de viragem, mas enfatiza a inexistência de produto estruturado especialmente na região onde se insere o Município de Vila Nova de Poiares. O Presidente sublinha, ainda, que o público-alvo do Turismo Militar é “(…) geralmente, bem informado, culto e com alguma capacidade económica, capaz de trazer à (…) Região e Concelho, um conjunto de mais-valias culturais, sociais e económicas (…)”.

Em relação a planos de salvaguarda e preservação do património histórico-militar do Concelho, o património edificado existente é propriedade do Estado e/ou do Município e existe preocupação de ambas as entidades na manutenção e preservação desses espaços.

Quanto ao património imaterial, o Presidente do Município de Vila Nova de Poiares salienta que “A prioridade é, sem dúvida, continuar o trabalho de estruturação do produto no âmbito do turismo militar, produção de conteúdos, inventariação e documentação de eventos militares (histórias orais e documentos oficiais), criação de storytelling, bem como a correspondente divulgação e promoção”.

Para terminar, João Miguel Henriques revela que o Turismo Militar é uma das apostas do Município e que em termos estratégicos “(…) procurará estruturar o seu produto e integrá-lo com outras ofertas em roteiros mais vastos, seja com ofertas dentro da mesma temática e noutros locais da região, seja com outras ofertas de temática diferente, a nível mais local e dentro do próprio concelho”.

A ATMPT convida-o a visitar o Município de Vila Nova de Poiares e a potenciar o Turismo Militar na região. 

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