Torre e Fortaleza de Buarcos Associação de Turismo Militar Português - ATMPT

Na sua visita à Figueira da Foz aproveite para conhecer esta importante frente abaluartada do século XVII que protegia a vila de Buarcos dos ataques marítimos.

História

As caraterísticas da enseada de Buarcos e a facilidade de desembarque que proporciona fizeram desta zona da costa atlântica, a sul do cabo Mondego, um ancoradouro privilegiado, tanto para o trato comercial, como para as investidas de corsários e armadas inimigas. Por isso, desde muito cedo, a linha da costa foi pontuada por estruturas de defesa.

O Forte de Buarcos que hoje podemos ver – um longo troço de muralha pontuado por três baluartes – não tem uma origem tão remota como os castelos da Rede. Pensada e erguida entre os séculos XVI e XVII, esta estrutura vem, contudo, substituir outras estruturas militares aí existentes anteriormente e que, pela evolução da guerra, se tornaram obsoletas.

Sabe-se que nesta zona da costa existiram torres atalaias e defensivas, pelo menos desde a época de D. Sesnando.

Uma delas, conhecida por torre ou castelo de Redondos, permanece ainda hoje visível num dos pontos mais altos da povoação de Buarcos, restando de pé parte substancial das paredes de alvenaria de pedra argamassada. Tendo por base testemunhos escritos do século XV, percebemos que a torre obedecia à estrutura típica de uma estrutura turriforme: planta quadrangular, andar térreo maciço e porta rasgada ao nível do primeiro andar. Erguia-se em três ou quatro andares em cujas paredes se rasgavam estreitas frestas. Completava o conjunto o tradicional coroamento de ameias. Em 1411, ao tempo do Infante D. Pedro, foram melhorados os mecanismos de defesa da torre, abrindo-se um fosso em seu redor.

Apesar de todos os melhoramentos, a partir de meados do século XV, as velhas torres medievais tornaram-se progressivamente obsoletas, face ao uso crescente de armas de fogo, então chamadas trons ou bombardas. Essa mudança de paradigma na arte da guerra ditou a necessidade de criar uma nova tipologia arquitectónica, que permitisse albergar e movimentar as peças de artilharia, mas também cujos muros, progressivamente mais baixos, grossos e inclinados, conseguissem resistir ao impacto das balas. Acima de tudo, inventava-se o baluarte, uma estrutura pentagonal pronunciadamente projetada para fora da linha de muralha, permitindo o cruzamento de tiro sobre a esplanada fronteira e a anulação de ângulos mortos.

Em Buarcos, a necessidade de modernizar as estruturas defensivas assegurando a defesa da costa tornou-se uma realidade inadiável após o ataque da armada inglesa, ocorrido em 1566. Os danos e a clara ineficácia das velhas torres obrigaram a Coroa a repensar a defesa desta linha de costa. Aliás essa preocupação era extensível a todo o litoral, tendo D. Sebastião ordenado, em 1569 , a fortificação de todos os portos do reino. A construção do forte de Buarcos foi lenta, estendendo-se pelo século XVII.

O forte de Buarcos fazia parte de um sistema de proteção da enseada, ocupando a zona mais a norte. Defendia a região com apoio do Fortim de Palheiros (a cerca de 1000 metros) e o Forte de Santa Catarina (já na Figueira da Foz).

Longe de ser uma fortaleza, foi construído como uma linha fortificada ao longo de quase 700 metros, protegendo a população dos ataques do mar. Nele encontramos três baluartes de traçado e dimensão diferente: Baluarte da Nazaré, Baluarte do Rosário e Baluarte de S. Pedro.

Ainda utilizado no decorrer das Guerras Liberais, o forte foi posteriormente abandonado tendo sido classificado como Imóvel de Interesse Público em 1961.


Caraterização
Frente abaluartada constituída por uma longa muralha dotada de três baluartes irregularmente distribuídos. O baluarte situado mais a sul tem a forma de pentágono bem definida, o central apresenta uma forma pentagonal pouco acentuada, sendo o que fica a norte quadrangular. O longo pano de muralha, é encimado por cordão, sobrevivendo ainda muitos dos largos e baixos merlões, adaptados ao uso da artilharia. Duas portas atravessavam a estrutura, dando acesso à povoação (a da esquerda hoje entaipada).

http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1021

Classificação
IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 44 075, DG, 1ª série, n.º 281 de 05 dezembro 1961 / ZEP, Portaria nº 337/2011, DR , 2ª série, n.º 27, de 8 de fevereiro 2011

Entrada gratuita.

Edificado sem restrições de acesso. 

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